quarta-feira, 24 de abril de 2013

Ay Yo K-Pop #3 - GIDAHAE!!


Março foi o mês em que o K-Pop parece pegar no tranco. FINALLY!

Dentre comebacks estrelares (Girl's Day!) e outros nem tanto (sorry, INFINITE) foi o mês de retorno às pistas e paradas pop e da estreia do primeiro rookie relevante de 2013, Ladies' Code.

Confira a lista após o jump...



Menções Honrosas

Menções Desonrosas Duvidosas

  • "Collage" de U-Kiss
    "Collage" de U-KISS
    NH Media
Um dos grupos mais determinados do K-Pop, U-Kiss trabalha desde 2008 para manter relevância no K-Pop. Apesar de uma impressionante base de fãs internacionais, em casa U-Kiss não pode ser considerado um grupo da primeira classe.

Mesmo com alguns sucessos moderados ao longo da carreira, o grupo, que costuma emplacar boas vendas (de álbuns, principalmente), nunca ganhou um #1 em shows musicais. Standing Still, lead-single de seu álbum mais recente Collage, não provou ser a canção que finalmente colocaria o grupo no topo.

O álbum, apesar de ter atingindo o #1 na GAON, também não mostrou uma evolução musical no grupo, que optou pela zona de conforto de ritmos já explorados como o Tecno-Dance, às vezes interessante (Standing Still) e outras de gosto duvidoso (Party All The Time) e, claro, baladas quase insuportáveis de tão chatas (Love is Painful, My Reason).

Contudo, há momentos interessantes como Bad Person, balada de mid-tempo com vocais inclinados ao Urban Pop - reconhecível pelo single anterior do grupo, a linda Stop Girl. Outros destaques são Can't Even Breathe Missing You, ElectroPops de batidas e space beeps inofensivos. A segunda ainda apresenta um piano break de fazer a orelha levantar mas, assim como todo o álbum, nada que se compare com esforços interessantes como Te Amo, do ano passado.

  • "New Challenge" de INFINITE
    "New Challenge" de INFINITE
    Woollim Entertainment
Ao contrário de U-Kiss, a popularidade de INFINITE só cresce e, depois do estrondoso sucesso da sub-unit INFINITE-H, em janeiro, nada mais natural que o grupo-pai voltasse rápido. New Challenge foi lançado no dia 21 de março, naturalmente atingindo all-kill status em todos os charts.

Produzido por Sweetune, o principal problema de "New Challenge" é exatamente este: as canções carregam a assinatura oitentista do duo de produtores, mas poucas têm frescor soando como sons reciclados (outra prática do duo) - este é, especialmente, o principal pecado de Man In Love, o lead-single que, apesar de estar longe de ser ruim, soa como generalidades que Sweetune produziria para Boyfriend.

Comparado à maturidade de The Chase (single do ano passado) e aos passos dados pela bem sucedida sub-unit, "New Challenge" é um desafio bem menor do que diz ser, ainda mais quando no meio de baladas sem graça ("Still I Miss You" e "Beautiful") e remakes desnecessários ("60 Seconds" lead-single do debut solo do líder Sung-Kyu), pedras preciosas como Inconvenient Truth ficam renegadas a meras faixas-filler.

1990's THROWBACK!

    "Come Back" de AA
    Well Made Star M
  • "Rollin' Rollin'" de AA
Formado a partir do contrato de Aoora (o gato de cabelo ultra colorido) com a Well Made STAR M, AA (Double A) é um grupo interessante devido à participação ativa de seus membros em sua produção.

Com estilo musical similar às boy bands europeias dos anos 1990, o EP Come Back foi pré-lançado com o single Rollin' Rollin', uma piano ballad com uma tendência soul que parece ser uma moda "não declarada" no K-Pop deste ano. E, apesar de não ser um grupo com o fator "wow" que se espera de idols, AA produz música boa de escutar.

"Rollin' Rollin'"

  • "Voulez-Vous" de ZE:A-Five
"Voulez-vous" de ZE:A-Five
Star Empire Entertainment
ZE:A é um desses grupos que você nunca acompanha, ou se importa, mas que vez o outra uma canção deles cai nas graças de seus ouvidos e você nota a existência deles. Um tanto quanto AA acima.

Em fevereiro eles lançaram no Japão uma sub-unit ZE:A-Five centrada em concepts mais românticos e, no mês passado, eles debutaram na Coréia com o EP Voulez-vous.

Mantendo a imagem de boys next door, usual de grupos masculinos de baladas coreanas, ZE:A-Five poderia facilmente cair no mesmo ostracismo de seu grupo original não fosse a excelente produção de todo o seu EP que, particularmente, é mais agradável que a grande maioria dos grupos em atividade.

"The Day We Broke Up"

O único problema foi a escolha de The Day We Broke Up como lead-single. Uma balada mid-tempo tirada do livro de regras de Teen Top [o lindo Dong Jun tem o timbre bem parecido com o de Niel], em detrimento de canções mais gostosas, que flertam com o Pop europeu romântico dos anos 1990 como Fiancee e Mistake.

Rap Dose

  • "Get Up" de EvoL
"Second Evolution" de EvoL
Stardom Entertainment
O problema do debut de EvoL, no ano passado, foi que apesar de ter nas mãos um grupo único em termos de competência em dança, vocal e estilo, Stardom Entertainment escolheu um single de sonoridade bem genérica.

We're a Bit Different era boa/viciante, mas não tinha nada de diferente como sugere o título. E com uma rapper da magnitude de Jucy (conhecida como Juni.J no circuito underground do Hip Hop coreano), a canção era bem decepcionante em comparação com outras faixas do EP.

Mas, mesmo com o aclame crítico que o grupo conseguiu ano passado, o comeback de EvoL este ano foi bem morno, com imagens teasers, canções e MV pipocando pela internet sem grande movimentos. Talvez porque a Stardom atualmente enfrenta uma batalha judicial com seu grupo estelar, Block B. Uma pena, porque Get Up é a faixa que deveria ter sido o debut do grupo.

"Get Up"

Com referência sonora ao Hip Hop norte-americano da primeira década deste século (imagine Eve e Gwen Stefani cantando isso juntas), a canção tem uma batida simples que dá vazão aos versos de rap de Jucy e o poderoso timbre de J-Da. A guitarra, que percorre a faixa com as palmas, dá o groove perfeito para transformar a faixa em uma digna "enche-pista" em qualquer balada.

  • "Come As You Are" de PHANTOM (with Verbal Jint)
    "Come As You Are" de PHANTOM
    Brand New Music
Qualquer tentativa estrangeira em instâncias musicais brasileiras vai ter, a princípio, minha generosa atenção.

O sensacional trio de Hip Hop coreano PHANTOM lançou este mês o delicioso single Come As You Are, em colaboração com o colega de Brand New Music, Verbal Jint, uma adorável faixa de urban-pop com batida de bossa nova e mensagem positiva sobre deixar de lado as aparências.

A principal qualidade de PHANTOM é como eles exalam realidade em suas canções e conceitos. Enquanto a maioria dos grupos de tendência Hip Hop do K-Pop confiam demais na pose gangsta para se encaixarem no gênero (oi B.A.P.!), PHANTOM foca seus esforços mais na música que produz e do que no figuro.

"Come As You Are" fala de relacionamentos baseados na honestidade e na aceitação da pessoa pelo que ela é, mas poderia ser facilmente utilizado como metáfora para o próprio grupo.

"Come As You Are"

Top 10

10. SWEETUNE HEAVEN: "Life" de Heo Young Saeng


Vocalista principal do SS501 (boy band da primeira geração da Hallyu, sob a DSP Media), Heo Young Saeng era um total desconhecido para mim, até o lançamento de The Art of Seduction, lead-single deste comeback.

"The Art of Seduction"


"Life" de Heo Young Saeng
B2M Entertainment
O chamariz particular para este trabalho de Saeng é justamente sua colaboração com o duo Sweetune. Em um trimestre cheio de lançamentos sob sua batuta, este é o trabalho mais interessante da dupla depois de Dolls. Talvez por não haver a necessidade de se produzir um hit, ou por ser o trabalho de um idol mais maduro, a produção de todas a faixas do EP Life é inspirada e adulta, sem soar datada ou prepotente.

"The Art of Seduction" é um passo à música disco - semelhante a "Figaro" - com riffs de guitarra perfeitos para mover os pés e sintetizadores de balançar os braços.

A faixa-título "Life" tem um clima mais pop/rock, mas a favorita pessoal é That's Me por sua inspiração brasileira, lembrando canções do segundo álbum solo da Baby Spice Emma Bunton.


9. GOODBYE'S THE NEW HELLO: "Just Go" de RaNia


RaNia debutou em 2011 sob produção da DR Music e Teddy Riley (famoso produtor norte-americano que trabalhou com nomes como Bobby Brown e Michael Jackson, e com trabalhos high profile com o K-Pop, tendo produzido para Jay Park, Girls' Generation e, mais recentemente, SHINee).

Desde a estreia com Dr. Feel Good, RaNia é alvo de controvérsia por conta de suas canções e coreografias consideradas muito provocativas para os padrões coreanos.

"Dr. Feel Good" [o MV da English Version é muito mais risqué]

"Just Go" de RaNia
DR Music
Sempre recebidas com dúvidas e ressalvas, a verdade é que RaNia não é um grupo de garotinhas e sua imagem e intenção foram forjadas visando, principalmente, o mercado ocidental/norte-americano, mesmo que sua residência seja a Coréia do Sul.

Então, a coreografia de pussy popping e letras que flertavam com o S&M ("strap me down into my chair") deixaram netizens e aegyoholics de têmporas quentes.

Ainda assim, RaNia continuou seus releases, angariando uma fiel base fãs desejosa por mais de seu Dance Pop adulto de sabor kitsch. Em 2012 elas voltaram com STYLE e, mesmo mantendo a maturidade, elas diminuíram o tom da sensualidade e evoluíram em popularidade.

STYLE foi o primeiro single do grupo a romper no Top 40 da GAON - um grande feito especialmente no terrivelmente competitivo mercado do ano passado. E em 8 de março RaNia voltou com um full album Just Go, trazendo de volta sua sexualidade dramática, mas mantendo o tom classudo de STYLE.

"Just Go"

O melhor aspecto de RaNia é que ao longo do tempo e das controvérsias, elas se especializaram em stages interessantes e competentes. "Just Go" tem batidas evidentemente inspiradas em "Run Devil Run", de Girls' Generation, mas a maturidade da performance de RaNia eleva a faixa de uma mera imitação sonora, dando a ela vida própria com a sensualidade inerente ao grupo.

As outras faixas inéditas não destoam do estilo obscuro que, com exceção de STYLE, sempre soaram como as rainhas do inferninho [no melhor dos sentidos], característica bem reconhecível em Secret Party, uma grandiosa faixa dance que clama por uma pista de LEDs e um pole dance.

Previamente apresentada ao vivo, mas nunca antes lançada, Killer traz tal ideia a um ambiente ainda mais interessante, demonstrando que as garotas não se jogam no palco e sujam suas mãos como truques por atenção e, sim, porque esta é sua configuração. É uma das faixas mais interessantes da música Dance recente e gente como Christina Aguilera deveria estar se rasgando para conseguir os direitos de gravá-la em Inglês, ao invés de lançar porcarias como as que tem feito.

O resto do álbum é composto por singles lançados previamente que não destoam com o que foi produzido recentemente, demonstrando uma rara consistência para o K-Pop.

8. AMBITIOUS: "In Front of The Mirror" de GLAM

Durante as promos de I Like That em janeiro, GLAM anunciaram que se ganhassem primeiro lugar em algum programa musical, apresentariam o próximo comeback de salto alto e vestido de renda. A piada reside no fato de que GLAM é um grupo de "estética" hip hop e muito provavelmente nunca as veríamos fazendo o dougie em stilettos.

"I Like That" não chegou ao topo das paradas, mas foi um grande hit nas charts digitais. Ainda assim, ao anunciarem o retorno para março, elas foram diretas e logo apareceram com um conceito todo girlie para o novo single digital In Front of The Mirror.

"In Front of The Mirror"

"In Front of The Mirror" de GLAM
Source Music
Apesar de seu conceito e imagem não serem necessariamente grande novidade, as letras de suas canções e estilo vão na contramão de um K-Pop repleto de aegyo para todos os lados.

Não que elas não lancem mão do artifício tipicamente coreano, mas desde seu debut (Party XXO) existe um toque de humor em GLAM que é refrescante em um reino de príncipes e princesas, muitas vezes, sérios demais.

Como citado, as letras de GLAM são incríveis, fugindo do senso comum das canções de amor do Pop. Em "Party XXO" elas flertaram com um lesbianismo inocente, e "I Like That" é uma maravilhosa declaração de independência e do gosto em estar solteira, mas verdadeira consigo.

Com "Mirror", além de musicalmente paquerar o Trot (ritmo típico coreano), elas demonstram com humor irônico que, se sentir uma merda, faz parte da realidade de garotas ambiciosas (GLAM = Girls Be Ambitious).

Olhares céticos poderiam dizer "Mirror" é uma farsa porque as garotas denunciam os perigos dos elevados padrões de beleza coreanos, mas se repaginaram com roupas mais glamurosas, diferentes do estilo mais "moleque urbano" de antes. E elas prometeram e realmente usaram salto no MV da canção!

Mas a resposta que refuta o argumento está justamente no clipe cômico em que as garotas, após insistirem de todas as formas em serem bonitas como suas colegas de K-Pop, descem dos dolorosos saltos e voltam para as versões descontraídas de si mesmas. Uma deliciosa joia do Pop!

7. S[e]OUL BEATS Part.1

  • "Small Story" de Ra.D
"Small Story" de Ra.D
Loen
Ra.D é um jovem produtor da Loen Entertainment (IU, Gain) que, além de ter uma das vozes mais deliciosas do planeta, é um talento presente em diversos remixes (Wonder Girls) e colaborações (Gain) pelo K-Pop. Ele também um dos artistas coreanos mais difíceis de se encontrar downloads e informações na web em inglês, portanto, perdão pelas informações rasas sobre ele.

O EP Small Story foi lançado dia 29, um mês após a belíssima balada It's Been A While que consta no álbum. Uma balada soul com sabor agridoce de saudade, "It's Been a While" é um bom sample do pop orgânico de Ra.D, com toques de Soul e Urban modernos (To Friends) e, acima de tudo, real - praticamente acústico.

A faixa de trabalho do EP é Thank You Thank You, uma canção de batida otimista, dos típicos K-Pops que esquentam o coração de graça, pois você nem sabe do que se trata.

"Thank You Thank You"

  • "The Stage of The 70's" de Dasoni
"The Stage of The 70's" de Dasoni
AB Entertainment
No mês passado a sub-unit DASONI despontou no nono lugar com o single "Goodbye". Na minha crítica menciono como a piano balada Common Words era a canção mais interessante da dupla. Eis que para manter as promoções de Dasoni duranto o mês de março, AB Entertainment repagina a canção e a transforma de uma bela balada solitária para uma sensual canção de cabaré, com direito a metais suntuosos e longas luvas pretas.

Para comprovar minha tese de que "Common Words" é superior a "Goodbye", chamo a atenção para como as notas vão subindo até atingir um pico arriscadíssimo no final. Solji e Hani sustentam tudo sem aparentar esforço algum. Claro que elas também promoveram a versão piano e é tão arrebatadora quanto.

"Common Words"

Nota: Finalmente descobri o que significa "Dasoni". Em coreano é "aquele que amo"... estou ainda mais apaixonado pela sub-unit.

6. YG Whore: "First Love" de Lee Hi

Devo deixar claro que não sou Anti-YG Entertainment, nem Lee Hi hater. Mas, se há algo que hoje me irrita bastante no K-Pop é o amor por tabela que tudo da YG recebe da grande maioria do fandom mundial. Quando se trata do Big 2 (SM Entertaintment vs. YG Entertainment), há defesas passionais de ambos lados, mas como tudo na vida, as coisas não são apenas lado A contra lado B. Assim como SM, YG tem absurdos em gerência de seus artistas e, particularmente, estou de olho nas duas.

Ano passado Lee Hi foi debutada pela YG com 1, 2, 3, 4, se tornando um dos sucessos mais estrondosos de 2012. Mês passado, seu poder foi testado com It's OverRose e o primeiro álbum, First Kiss. Todos se tornaram hits instantâneos nos charts, provando que a Coréia está disposta a amar Lee Hi. Acontece que, assim como as características das agências não são bidimensionais, o amor a algo/alguém no K-Pop também não é.

Não estou dizendo que o fandom de Lee Hi é exclusivamente formado por biases da YG, mas aí entra uma questão que é em parte senso crítico e em outra gosto pessoal por grandes performances: em uma indústria repleta de intérpretes sensacionais - muitos até bem acima da média do Pop mundial - o amor incondicional a uma rookie que tem os instrumentos, mas que ainda não os usa tão bem quanto seus colegas, me parece questionável.

"It's Over"

Dito isso, devo dizer que passei o mês inteiro testando meu escudo "contra" Lee Hi e admito que ele se partiu quase que pela metade. Quando comecei a escrever esta lista, "First Love" era a única menção desonrosa. Porém, o álbum cresceu em mim se tornando um dos mais ouvidos do mês e quanto a ele e Lee Hi, há três pontos que preciso expor.

A. Estúdio

"First Love" de Lee Hi
YG Entertainment
Acompanhando MVs e as performances ao vivo de Lee Hi, desde seu debut, ela ainda não me convence como uma K-Pop idol digna de tal título. Suas performances ao vivo (desde sua participação no reality SBS's K-Pop Star) têm o poder emocional de uma lesma sob efeito de maconha.

Mas, se você fecha os olhos e a escuta, seu coração pergunta "onde diabos está essa mulherona?" Sua impecável técnica vocal transmite tudo que seu corpo e, principalmente, olhar não são capazes de fazer.

Seus defensores mencionam o quão nova ela é (apenas 16 anos), mas houve e há diversos artistas do K-Pop que desde tenra idade demonstraram grande poder performático e recebem menos crédito que Lee Hi.

A seu favor, Lee Hi é uma excelente e inquestionável cantora. Ao ouvir o álbum, não tem como não se emocionar.

Arte da primeira parte, lançada
digitalmente

B. First Love

Dividido em duas partes complementares, mas lançadas em momentos distintos do mês, "First Love" é um típico álbum YG: obras excelentes com produção feita como um todo, ao invés de simples singles acompanhados de faixas tapa-buraco (oi SM Entertainment!).

Com assinaturas estrelares do próprio escopo artístico da YG (Teddy Park, Song Baekkyoung, Tablo etc), o álbum foi construído especialmente para destacar a impecável voz da jovem rookie.

Ela brilha em canções sublimes como Special e Am I Strange, enquanto em faixas como One-Sided Love, DreamFool For Love sua voz nos convence de que sua presença nas artes Pop não é à toa, nos compelindo emocionalmente a prestar atenção em cada nota colocada com excelência.

"Fool For Love"

Ouvir Lee Hi e muitas das canções selecionadas para seu primeiro álbum é excitante como presenciar o desabrochar de uma grande artista. Mas...

C. YG Fail
... com canções de tal magnitude, o management de Yang Hyun-suk se mostra péssimo quando define como singles as duas piores faixas do álbum, [obviamente] porque elas são sonoramente mais mercadológicas.

"It's Over" segue a mesma tendência jazzy do single de estreia da solista e "Rose" é um gêmeo bivitelino (e menos vistoso) de I Love You de 2NE1 - ambas são esforços Pop solados que soam terrivelmente apressados e, pior, lembram muito mais o que Lee Hi deveria ser como intérprete ao invés de realçarem suas qualidades.

Inclusive, esta é uma "marca" da gerência artística da YG que costuma explorar à última gota seus talentos, mas não cuida de sanar e melhorar suas falhas. Mas, como tudo no K-Pop costuma ser hiperbólico, os gritos dos YG Whores são sempre mais estridentes que as vozes críticas, então "para que se dar ao trabalho?"

"Rose"


5. DRAMATIC ROOKIE: "CODE#01 Bad Girl" de Ladies' Code

"CODE#01" de Ladies' Code
Polaris Entertainment

Pode-se dizer que o ano começa a esquentar no K-Pop quando debuta um grupo ou solista rookie capaz de causar comichão em suas calças e, claro, nos charts.

Apesar de não ser o primeiro grupo a debutar este ano, Ladies' Code (Polaris Entertainment) foi certamente o primeiro a causar impacto. Algumas de suas integrantes já eram conhecidas do público coreano, como RiSe (vencedora do reality show Birth of a Great Star e ex-participante de um dos variety shows de maior audiência, We Got Married). Mas, minha antecipação pelo grupo começou quando Polaris soltou os fantásticos teasers para Bad Girl.

"Bad Girl"

Sojung: bias
Ladies' Code cumpriu com seu MV de estreia todas as promessas de um debut dramático. Mesmo que a linha "garotas dramáticas e vingativas" não seja novidade alguma no K-Pop, Ladies' Code se destacam justamente pela teatralidade não apenas do MV, mas principalmente da canção. Com uma intro de de piano que dá lugar a uma usual batida Pop, adornada com elementos de Tango, Jazz e uma deliciosa vibe criminosa canalizando todas as delícias de clássicos como Chicago, ou a sensualidade das mais clássicas Bond Girls.

CODE #01 tem uma produção consistente e competente em demonstrar os talentos vocais do grupo. SuperGirl não é nenhuma inovação com sua batida Urban que lembra EvoL, possuindo uma impetuosidade que é sempre boa de ver em garotas coreanas e, além do lead-singleDada La é a melhor faixa do mini, seguindo o estilo Jazz retrô com deliciosos arranjos de metais, órgão e, claro, vocais poderosos.

Para completar sua relevância, Ladies' Code permaneceu durante quase todo o mês de março no Top 40 da GAON charts, um feito impressionante para um grupo rookie de uma agência menor, atingindo seu topo no 23º lugar.

4. Lovely Noona: "Beautiful Kisses" de G.NA

Como o K-Pop tem tanta gente boa na ativa, eu deliberadamente negligencio o estudo de alguns atos até que lancem algo novo que chame minha atenção. Foi exatamente o que aconteceu com G.NA, solista da Cube Entertainment.

"Oops"

"Beautiful Kisses" de G.NA
Cube Entertainment
Um dueto informal com  Ilhoon (do grupo BtoB), um dos rappers mais adoráveis do K-Pop, Oops é uma adorável faixa Dance de mid-tempo, de batida e elementos Urban e letra sobre um garoto (Ilhoon) seduzindo uma mulher mais velha (G.NA). Os acordes de piano do começo dão um ar leve à canção que soa como uma chuva de bolhas de sabão que, eventualmente, se estouram ("oops oops") causando surpresa ("oops oops oops oops oops!").

Apesar de vocalmente limitada, G.NA não decepciona nas outras faixas, mostrando versatilidade e doçura em canções de amor como Mind Sync (dueto com Huh Gak) e Oh, Good!, apresentando um EP agradável que discretamente se firma como uma audição constante na playlist. Nada inovador ou de outro mundo, apenas Pop bem produzido e gostoso.


3. Korea's First Ladies: "Mystic Ballad" de Davichi


Lee Hae-Ri e Kang Min-Kyung, aka Davichi, são as primeiras-damas do romantismo coreano. Debutadas em 2008, são donas de timbres doces e alcances poderosos, além de intérpretes de algumas das baladas mais gostosas do Pop coreano recente (8282; Love and War).

Dois anos após seu último EP (Love Delight, 2011), elas anunciaram retorno à Core Contents Media (CCM), após saírem para formarem selo independente, e comeback para março. Turtle foi lançado logo na primeira semana do mês (4) e o álbum Mystic Ballad, junto com o maravilhoso single Just The Two of Us, mantiveram Davichi no top 10 das paradas coreanas por todo o mês.

"Turtle"

"Mystic Ballad" de Davichi
Core Contents Media
"Mystic Ballad" retorna às raízes mais dramáticas do primeiro álbum de Davichi, Amaranth (2008), após algumas experimentações mid-tempo como Time, Please Stop, e colaborações como We Were In Love (dueto sensacional com T-ara em que Lee Hae-Ri tem um verso de rap), com arranjos mais cinematográficos.

O interessante é que CCM e Davichi reuniram um grupo de produtores diferentes para produzirem um álbum que reafirma a assinatura sonora do grupo que, mesmo seguindo a opulência das baladas coreanas, possui uma característica mais Pop e radiofônica que atos mais orquestrais (e também maravilhosos) como Baek Ji Young e Yoon Jong Shin.

Ryu Jae Hyun, membro do duo de R&B Vibe, foi responsável pelo lead single do álbum, uma típica balada pop centrada em um violão melancólico mas suave, casando com os vocais dramáticos do duo. Também responsável por Nagging, Ryu Jae Hyun imprimiu em suas canções para Mystic Ballad sensações mais intimistas, como se aquelas fossem confissões solitárias da dupla. O duo de produtores Duble Sidekick, famoso pela variedade de estilos que trabalham (de idols como MBLAQ e SiSTAR, a solistas como Baek Ji Young e LeeSSang), contribuíram com o pre-single "Turtle", uma canção que mantém a atmosfera leve e alegre de singles mais recentes de Davichi.

Divulgada na tracklist oficial, antes do lançamento, Be Warmed, composta e produzida pelo maravilhoso Verbal Jint, foi retirada de ambos os lançamentos físico e digital do álbum, mas foi lançada esta mês (1) como single. A beleza da faixa, e o que faz dela parte de "Mystic Ballad", é sua sintonia com a sonoridade geral do álbum, mostrando uma coesão em produção não muito comum em álbuns do Pop coreano. Apesar de a faixa ser menos do que minha expectativa de uma colaboração entre Jint e Davichi, é uma canção bela que mescla sem esforço o estilo das duas partes.

"Be Warmed (featuring Verbal Jint)"



2. S[e]OUL BEATS PART.2: "That Woman" de Jung In


"That Woman" de Jung In
Jungle Entertainment
Jung In foi minha paixão arrebatadora do mês. Sob a Jungle Entertainment (Drunken Tiger, Leesang, MFBTY) e na ativa desde 2002, ela lançou em 12 de março seu terceiro EP - That Woman.

Dona de um timbre singular e de uma potência vocal invejável, Jung In é, por exemplo, o que Lee Hi poderá se tornar se os anos de tortura como trainée experiência a fizerem evoluir da maneira correta. Com uma musicalidade refrescante, "That Woman" é o trabalho de uma artista além dos meandros mercadológicos do Pop.

Logo na faixa de abertura Chi, Jung In já se coloca como uma estrela à margem esquerda do K-Pop com uma linda canção de Soul. Quase a cappella, sua voz é acompanhada apenas por um teclado e toma características etéreas e angelicais, soando como um canto sacro dos negros protestantes norte-americanos.

Como costumo dizer, a língua coreana possui uma musicalidade emocionante, pois muitas vezes, não é preciso entender o que se diz para ser tocado. Jung In tem uma qualidade performática que vai além do seu alcance vocal e, ao longo das canções do EP, percebe-se sua versatilidade, interpretando com destreza baladas rasgadas como o lead-single Those Obvious Words e melodias mais doces e dançantes como OK?.

"Those Obvious Words"


Como de costume, seus MVs não contam com sua presença, mas são perfeitas traduções do feeling que a canção transmite, certificando o K-Pop como um meio de convergência de diversas artes.


1. GIDAHAE!!!: "Expectation" de Girl's Day

Já me rasguei sobre a maravilha que é o primeiro full LP de Girl's Day. Há até pouco tempo, Expectation era uma audição constante em minha playlist diárias e a "suspender dance" do lead-single Expect ainda é uma das danças mais deliciosas do K-Pop em 2013, já tendo ganhado status de febre no fandom internacional.

"Expect"

Como disse na review, a consistência do álbum é um dos melhores atrativos. Canções como Easy Go, Please Don't Go e Oh, Great são tão viciantes quanto o lead-single, enquanto esforços como White Day e I Don't Mind crescem no gosto a cada audição. A segunda parte composta por hits pregressos se prova tão viciante quanto.

Mas não foi apenas a mim que Girl's Day laçou e dominou ao longo do mês. Durante todo março, "Expect" manteve-se firme e forte no top 10 da GAON e só saiu do top 20 na semana passada. Além disso, elas fizeram um grande "hug event" em Seul, no qual elas abraçaram milhares de fãs taradinhos, e para completar, e firmar seus nomes na mídia, se envolveram em um escândalo [para padrões K-Pop]: a maknae Hyeri está namorando Tony An, do grupo H.O.T..

Ufa! Parece Girl's Day demais para pouco mais de trinta dias. Bem, tudo que tenho a dizer é que:

"I Don't Mind"

Para lista dos principais lançamentos de março do K-Pop, clique aqui.

[Fontes: Omona They Didn't!; Wikipedia; HelloKPop; Popdust; KPop Daily News]